Sobre a Bacia

Características gerais da Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré

A área de atuação deste trabalho é a Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré (BH-TJ), representada pela Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos 13 (UGRHI 13), localizada na região central do Estado de São Paulo, com cerca de 3% da população do Estado, 1.489.153 habitantes, de acordo com IBGE (2008). Os municípios envolvidos nesta área podem ser observados na figura  a seguir:

BaciaTietêJacaré

A área urbana da UGRHI 13 representa 3,20% do total da bacia, enquanto os outros usos somados ocupam 96,8% e são classificados segundo o Plano da Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré  em: cultivo de cana-de-açúcar, laranja, reflorestamento, vegetação, pastos/campos, plantio de café e sorgo/milho. As atividades econômicas que mais se destacam são as relacionadas ao complexo sucroalcooleiro e ao plantio e processamento de cítricos.

A lista de municípios da bacia do TJ segue a seguir: Agudos, Araraquara, Arealva, Areiópolis, Bariri, Barra Bonita, Bauru, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Boracéia, Borebi, Brotas, Dois Córregos, Dourado, Gavião Peixoto, Iacanga, Ibaté, Ibitinga, Igaraçu do Tietê, Itaju, Itapuí, Itirapina, Jaú, Lençóis Paulistas, Macatuba, Mineiros do Tietê, Nova Europa, Pederneiras, Ribeirão Bonito, São Carlos, São Manuel, Tabatinga, Torrinha, Trabiju

Hidrografia

A UGRHI-13 engloba três rios principais, o Rio Tietê (em um total de 150 km da barragem de Barra Bonita até a barragem de Ibitinga), o Rio Jacaré-Guaçu e o Rio Jacaré-Pepira e seus tributários. A bacia está divida em 6 sub-bacias, e possui uma área de drenagem de 11.803,87 km. As sub-bacias são:

– Rio Jacaré-Guaçu e afluentes diretos do Rio Tietê;

– Rio Jacaré-Pepira e afluentes diretos do Rio Tietê;

– Rio Jaú – Ribeirão da Ave Maria – Ribeirão do Sapé e afluentes diretos do Rio Tietê;

– Rio Lençóis – Ribeirão dos Patos e afluentes diretos do Rio Tietê;

– Rio Bauru-Ribeirão Grande – Ribeirão Pederneiras e afluentes diretos do Rio Tietê;

– Rio Claro – Ribeirão Bonito – Ribeirão de Veado – Ribeirão da Água Limpa e afluentes diretos do Rio Tietê.

Quanto à quantidade e qualidade da água dos aquíferos, existem na bacia sérios problemas, seja pela sua superexploração, ou pela indução de águas contaminadas, de acordo com as atividades desenvolvidas na superfície. Na UGRHI-13 as águas subterrâneas são muito significativas tanto na captação para as diversas finalidades de uso quanto em termos de reserva.

Quanto à qualidade dos recursos hídricos, cabe destacar que as cargas poluidoras são principalmente de origem domiciliar, efluentes industriais, resíduos sólidos domiciliares, industriais, de serviços de saúde e agrícolas.

Uso e Ocupação

 As atividades econômicas da UGRHI 13 são inúmeras e também diversificadas, o que faz com que seja classificada como “em industrialização”. Ponto comum é a presença de usinas de açúcar e álcool em todas as regiões da UGRHI.

Grande parte da produção estadual de açúcar e álcool advém dos municípios desta bacia hidrográfica. Segundo o IBGE (2009), o Estado de São Paulo é responsável por 85% da produção de cana-de-açúcar do Brasil. Desse percentual por volta de 13% é produzido na UGRHI 13 o que representa aproximadamente 11% da produção nacional.

Outro importante setor da indústria que se destaca da bacia hidrográfica é a produção e processamento de cítricos, principalmente laranja. Nos municípios da bacia Tietê-Jacaré são produzidas, aproximadamente, 1,7 milhões de toneladas de laranja, o que representa 11% da produção nacional. O Estado de São Paulo é responsável por 94% da produção nacional .
Além do setor agroindustrial, nos maiores municípios como Bauru, São Carlos, Araraquara e Jaú (que correspondem a 61% da população) outros setores da indústria como papel, bebidas, calçados e metal-mecânica também se destacam.
De acordo com os dados o Relatório de Situação da Bacia, na UGRHI 13 há 4.693 estabelecimentos industriais. Além disso, por ser uma região intensivamente urbanizada (a taxa de urbanização é de 96%) o setor de comércio e prestação de serviços é bastante desenvolvido.

 Áreas críticas para gestão (uso e ocupação)

Em geral, o uso e a ocupação do solo da BH-TJ não foi feito com o planejamento adequado, ocasionando uma série de problemas ambientais como: erosões do solo, desmatamento, concentração de águas pluviais, exploração sem controle dos aquíferos, assoreamento dos corpos d´água, resíduos sólidos dispostos de maneira inadequada, contaminação dos corpos d’água com efluentes, entre outros.

Segundo o Plano de Situação da Bacia (2015)  grande parte das erosões ocorre em áreas rurais, é necessário incentivar a recomposição das APPs em áreas críticas, já que erosões e assoreamentos impactam negativamente nos corpos hídricos, tanto na qualidade quanto na quantidade.
Também e necessário localizar essas áreas através do Plano Diretor de Restauração Florestal e torná-las prioritárias, além de atentar ao fato de que a mudança dos procedimentos de cultivo da cana, que devido à colheita mecanizada, não está sendo plantada em nível, o que tem aumentado o número de processos erosivos e assoreamentos.
A baixa cobertura vegetal nativa também impacta negativamente nos corpos hídricos,
diminuindo a área de drenagem.

 

Mais informações: Site do Comitê de Bacia Hidrográfica do Tietê Jacaré (CBH-TJ). Relatório de Situação: Relatório Situação 2015, CBH-TJ.

Referências Bibliográficas: Material de Apoio do PDEA-TJ